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Channel: SAmbaPUNk » Steve Shelley
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Diodos para quem precisa

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O Steve Shelley (o do Sonic Youth mesmo) estava falando sobre um pedal, lançado em edição limitada, que traz entre os componentes um diodo fabricado na Alemanha nos anos 70. “Componente” é como o pessoal que estuda(va) eletrônica chama(va) as pecinhas que integram um circuito. E “circuito” é como essa mesma galera chama o, digamos, esqueleto de um aparelho. É bom que você saiba o que é “aparelho”, se quiser ir em frente.

Muita gente bate no peito para dizer que a música de um modo geral pode ser dividida entre boa e ruim. Simplista? Razoável, até, desde que seja um argumento usado com respeito e certo comedimento. Claro que com toda a relativização que nos permite esse internetão de meu Deus há outras possibilidades de rachar esse bagulho. Como por exemplo colocando de um lado os que babam por conta de um pedal raro e sabem o que é um diodo.

Os diodos eram componentes que neguinho-de-eletrônica usava “antigamente” para fazer pedais e também, entre outras coisas, ligações diretas em orelhões.

Orelhões? Era assim que chamavam os telefones públicos, numa época em que não havia celular. Mas isso é outra história. Naqueles idos de 80 e poucos, também não havia Twitter, Facebook, Google, webdesigners e analistas de redes sociais. Sempre os pobres analistas de redes sociais, não é? Devia(m) deixar esses caras em paz.

É “engraçado” demais ver hoje, na grande rede de computadores, alguém falando de diodo. Isso provoca uma enorme estranheza, é como se houvesse uma certa impossibilidade de encaixe… Falar de uma velha eletrônica numa era tão… tão… digital, tão nova, tão cheirando a plástico. Uma era em que plásticos arredondados são tidos como mais legais do que plásticos quadrados.

Jornalistas são comumente acusados de serem especialistas em generalidades. Com a internet, o amigo tem a chance de também ser um especialista no tudo-que-na-verdade-é-nada. Tem, sim. Saber ou não o que é um diodo não faz diferença. Assim como é só “ilusão” achar que com a www será possível aprender este e outros “detalhes”. Detalhes de um mundo que continua existindo. E, deixando de lado qualquer filosofice, existindo com ou sem o post do senhor Shelley.


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